sexta-feira, 25 de junho de 2010

Patriotismo Sazonal

(Netto Cruanes)

Em época de Copa, voltamos a ver as bandeiras do Brasil penduradas nas janelas, nas antenas dos carros, pulseirinhas "verde-amarelas", unhas e cabelos pintados, roupas de cachorros ou até sapatos coloridos, além, claro, das tradicionais camisas amarelas. Ainda mais com os últimos títulos conquistados pela seleção de Dunga, que a colocam como uma das favoritas ao título este ano.
Ao sair de casa, faltando cerca de uma semana para o início do mundial, reparei que as bandeiras, que até então deveriam estar dobradas em alguma gaveta, tremulam com orgulho em cada janela. E quem não tinha uma em casa, correu comprar. Mas me pergunto até onde vai este "patriotismo sazonal". Metade das bandeiras voltara para a tal gaveta em caso de uma eliminação precoce da seleção. A outra metade deve durar até uns 5 ou 10 dias após o término da Copa. Não mais do que isso. É um fator acima de tudo cultural. Repare nos costumes de outros países, os americanos dão exemplo: diversas casas possuem a bandeira nacional na janela, no quintal, ou mesmo na parede dentro de casa, e pasme - estão sempre lá, não são recolhidas após uma derrota no esporte ou algo semelhante. Apesar da onda anti-americana, que está já há algum tempo em alta por aqui, devemos reconhecer um bom exemplo como este, patriotismo apaixonado.
Voltemos à pátria amada. Acaba ficando sem sentido (ou até mesmo contraditório) vestir uma camisa da seleção canarinho tendo pensamentos tão pequenos e tão contrários ao nosso próprio progresso. Ou melhor, à nossa ordem e progresso. Talvez a camisa seja mais procurada pela moda do que pelo conceito. Mas essa já é outra história.

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