terça-feira, 12 de outubro de 2010

FOME...

Hoje, estavamos eu e alguns amigos almoçando juntos, em um bar onde costumamos frequentar e quando já havíamos comido, estavamos conversando, bebendo, enfim, nos divertindo, chegou uma figurinha, um senhorzinho com uma fisionomia triste, não disse uma única só palavra, mas em seus olhos podia-se ver, nitidamente, que ele estava com fome. Imediatamente um de nossos amigos ajeitou um prato muito bem servido e um refrigerante. Por instantes fiquei observando o prazer com que ele comia aquela refeição, não sei se era a primeira, nem tão pouco se foi a única de seu dia, mas a satisfação com que ele comia foi comovente. Nem eu, e nem os amigos, que ali estavam, deixamos de nos comover com a cena.
Devido às minhas convicções, creio que Deus, em cada momento de nossas vidas, nos dá infinitas demonstrações que, sem dúvida alguma, nos ensinam algo de novo.
Depois que voltei para minha casa, comecei a refletir sobre tudo isso, e minhas reflexões culmiram nisso que estou escrevendo agora.
Somos tão ignorantes sobre tantas coisas, principalmente sobre os designios de Deus para conosco.
A simples presença desta criatura, um homem humilde, que em seus olhos só se podia ver o sentimento de ausência de tudo e ao observarmos com afinco, poderemos ver o quanto somos, apesar de todas nossas dificuldades diárias, abastados, somos repletos de coisas que à outras pessoas faltam.
Vi, nos olhos deste homem simples o quanto sou "rico", pois tenho uma casa boa para morar, tenho um trabalho, tenho amigos, enfim, tenho tantas coisas que muitas vezes nem sequer reparo. Por tantas vezes reclamamos por não termos mais, esquecendo daqueles que tem muito menos, até mesmo que não tem nada.
Foi no olhar simplório daquele homenzinho, que apareceu do nada, que eu pude ver o quanto ignoramos, muitas vezes, aquilo que realmente somos, ou de onde viemos. Pedimos tanto à Deus e agradecemos tão pouco por aquilo que temos, simplesmente por julgarmos sempre que temos pouco demais, e sempre queremos mais e mais; nunca nos contentamos com o pouco, queremos sempre ter mais.
Honestamente, quando cheguei em casa e comecei a refletir sobre aquela cena, não contive as lágrimas. Meu Deus, somos tão mal agradecidos, tão injustos, poderíamos ser tão mais solidários, poderíamos dividir muito mais, mas não o fazemos.
Talvez aquele homenzinho não estive apenas com fome de alimento, talvez sua fome fosse de companhia, fosse de um abraço, ou de atenção, talvez estivesse faminto de carinho ou de ser ouvido. Existem tantos "famintos" à nossa volta, tantas pessoas "necessitadas" de outras coisas além de esmola ou de um prato de comida, mas nos fechamos em nosso egoísmo e não enchergamos isso.
Aquele homenzinho, por um instante, me fez enxergar que nosso mundo vai além de nossos muros, vai além de nosso pequenos horizontes. Prefiro encarar como um "aviso" de Deus, dizendo que existem muitos irmãozinhos como ele por aí, que precisam mais do que um simples prato de comida, que precisam mais do que esmola; precisam, sim, serem vistos, precisam que nós comecemos a enxergá-los como pessoas, como outros seres humanos idênticos a nós mesmos.
Obrigado Deus, por tudo que tenho. Obrigado Deus, pela vida que me deu. Obrigado Deus por eu poder escrever estas palavras, mesmo que quase ninguém as leia, mas os poucos que lerem possam entender meu ponto de vista e, quem sabe, poder enxergar o que enxerguei e começarem a fazer o que puderem, por pouco que seja, para que estas situações se transformem.
Obrigado Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ORAÇÃO DO RECOMEÇO

🌻Oh! Deus, me impeça de mais uma vez fechar as portas para o novo que quer entrar em minha vida. 🌻Dai-me esperança e confiança de que ex...